História
O campo-berço do futebol brasileiro é a Chácara Dulley, mas quem escutou pela primeira vez o ruído do pique de uma bola foi a Várzea do Carmo. Ali, Charles Miller deixou cair ao solo brasileiro aquela bola que ele, juntamente com outra, trouxera de Southampton, onde disputara a sua última partida na Inglaterra.
A Chácara Dulley ficava localizada no Bom Retiro, onde hoje é a Avenida Tiradentes, entre a Luz e a Ponte Grande. Depois que de lá saiu o São Paulo Athletic Club, foi treinar o Hans Nobilings Team, e mais atrás, na Chácara Witte, onde se instalou o SC Internacional, treinaram e jogaram também os alunos do AA Mackenzie College, enquanto a melhor praça de esportes da cidade passava a ser a do São Paulo Athletic, na Rua da Consolação. Isso até 1899.
Em 1900 o Club Athlético Paulistano comprou o local[1] e adaptou-o para jogos de futebol, e, em 18 de outubro de 1901, enfim inaugurava-se o campo com um empate em 1 a 1 entre as seleções paulista e carioca. No mesmo ano o Sport Club Germânia arrendou um terreno no Parque Antártica, lá nivelando o seu campo.
Em sua inauguração, o Campo do Velódromo tinha dois conjuntos de arquibancadas cobertas com capacidade para mil pessoas cada uma, com o restante do público assistindo às partidas de pé, como era comum nos primeiros anos do futebol brasileiro.
O Velódromo monopolizou durante muitos anos todas as atenções. Raros eram os jogos nos campos do Germânia (Parque Antártica) e Consolação (São Paulo Athletic).
Mais tarde, em 1914, o Velódromo foi desapropriado para abertura da rua Nestor Pestana, pois a urbanização da cidade assim o exigia. Por fim, a derradeira partida no histórico estádio ocorreu em 7 de novembro de 1915, numa vitória da seleção paulista sobre a seleção carioca por 8 a 0.
A Associação Paulista de Esportes Atléticos, então, levou as arquibancadas do Velódromo para a Chácara da Floresta, que, ampliada, com capacidade para dois mil lugares sentados sobre as antigas arquibancadas e treze mil lugares em pé, passou a ser o principal campo da cidade. Ao lado, os jogadores do Corinthians estavam construindo seu próprio campo (que só ficaria pronto em 1918), em um terreno doado pela prefeitura na Ponte Grande. Já o Paulistano passou a jogar, a partir do fim de 1917 no Estádio Jardim América.
Em 1919 a Sociedade de Cultura Artística adquiriu o terreno do antigo Velódromo para a construção de sua sede própria, que só seria construída na década de 1950, fundando ali o Teatro Cultura Artística.
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