4 DE JULHO ESPORTE CLUBE
Até década de 60 existiam pequenas agremiações na cidade de Piripiri, consideradas precursoras do 4 de Julho. Os times de futebol eram o resultado da reunião de grupos de amigos, grêmios estudantis para a prática do futebol e lazer, algo típico da época. É certo que participavam basicamente de disputas locais e muitos deles não tiveram uma duração maior, embora tenham sido de grande importancia até pelo fomento da prática do futebol no município.
Na década de 70, surgiram outros times, dentre eles o 4 DE JULHO propriamente dito, atual tricampeão piauiense de futebol profissional, fundado em janeiro de 1975 pelo jovem médico Luiz Cavalcante e Menezes, pelo Senhor Antonio Evangelista de Souza, o popular Curica, Chico do Cartório, pelos falecidos Juval e Carequinha, dentre outros atletas da época.
A primeira camisa do Colorado foi a do Clube Náutico Capibaribe do Recife, na verdade um jogo de camisas trazido consigo pelo Dr. Luiz Menezes, ao retornar de Pernambuco em definitvo para a cidade de Piripiri, período em que reuniu amigos, atletas piripirienses e deu origem ao clube, alugando a sua primeira sede, uma pequena casa no centro da cidade. O uniforme era predominantemente branco com detalhes vermelhos nas golas e mangas, cores já imortalizadas no sentimento e imaginário da população piripiriense, tendo no peito a insígnia do Náutico, clube pelo qual Luiz Menezes passou quando estudante na capital Pernambucana.
Uma curiosidade da época é que quando o primeiro uniforme envelheceu, devido à dificuldade de acesso a material esportivo da época, o time usou por um período as camisas do Grêmio, outro clube da cidade liderado pelo Sr. Curica, que assim como Luiz Menezes, foi peça fundamental na criação do 4 de Julho. Aliás, em certo momento, ao final da década de setenta, a sede do Colorado, geralmente mantida em casas alugadas no centro da cidade, foi literalmente transferida para a "casa da Dona Marlene", esposa do Sr. Curica, onde ambos mantinham um bar, e por lá permanaceu por quase duas décadas, próximo ao Mercado Central.
Esta é uma das primeiras formações do Colorado: Etevaldo, Curica, Chico do Cartório, Fernando e Marco Antônio, Juval, Piauí e Luiz Menezes, Nazareno, Eudes e Zé Perninha. Particaparam ainda: Dominguinho, Ciríaco, Bilisca e Sargento Edimilson, dentre muitos outros nos anos 70. O primeiro presidente do Clube foi o então bancário Sr. Brandão (Fransisco das Chagas Brandão e Mendes).
O 4 de Julho desde o começo estava fadado às vitórias. Apesar de participar de confrontos locais no início de sua existência, tendo como rivais o Ferroviário, mantido pelo Senhor Josimar, então funcionário do Banco do Estado, e também o Ytacoatiara, clube criado na mesma época, em pouco tempo o Colorado confundiu-se com a própria seleção piripiriense, participando exclusivamente de confrontos com selecionados de outros municípios piauienses e de outros estados. Foram várias jornadas no interior do Ceará, Maranhão, Pernambuco, sempre levando o nome e o bom futebol de Piripiri.
Nos anos 80, uma nova geração surgia, mesclada com atletas fundadores e remanescentes da primeira linha de jogadores a disputar uma partida pelo clube. O clube passou a ter mais apoio ainda, alcançando um novo patamar, quando o seu camisa 10, Dr. Luiz Cavalcante e Menezes foi eleito pela primeira vez Prefeito da Cidade de Piripiri, momento a partir do qual começou uma verdadeira batalha para inserir o "4" no Campeonato Piauiense de Futebol Profissional.
Os novos valores constituiram a formação que mais durou na história do clube, responsável pela imensa maioria de títulos amadores do Gavião Colorado. Quem não lembra da tradicional escalação: Edilson Moreira, Marco Antonio, Fernando, Ciríaco e Sargento Edimilson, Manoelzinho, Derica e Dr. Luiz, Cabo Rei, Didi e Bastitinha. Essa formação tornou-se clássica por toda a década de 80, elevando o Colorado ao mesmo nível dos clubes profissionais da época. Também fizeram parte em período mais curto, ainda como amadores, os atacantes Macaúba, Flávio e Sabará, marcantes no início dos anos 80 e depois o goleiro Guará, grande talento que começava a despontar, além de Afonsinho, Lúcio, Bilé e outros que vestiram a camisa do clube. Esta geração de craques, em sua maioria filhos da Terra, foi responsável por 8 dentre os 9 títulos Intermunicipais que a cidade de Piripiri conquistou, sendo até hoje a cidade com mais troféus estaduais a nível amador.
Faz-se importante destacar que mesmo no amadorismo, era comum o 4 DE JULHO realizar jogos contra clubes profissionais, tais como Fortaleza, Guarani de Sobral, River, Flamengo -PI, Tiradentes, Piauí, Moto Clube, em eventos especiais, como o aniversário da cidade. Os ótimos resultados, sempre comuns, certamente foi um fator que massificou a torcida pelo time em toda a região como também fortaleceu a sua caminhada em busca do profissionalismo.
Já quase no fim da década de 80, mais precisamente em 88, último ano da primeira gestão do Dr. Luiz Menezes como Prefeito de Piripiri, ao mesmo tempo líder do meio campo do time, após anos de luta, com o apoio do Dr. Alfredo Nunes, então Vice Presidente da CBF, finalmente o 4 de Julho disputaria o seu primeiro Campeonato Piauiense de Futebol Profissional. Deve-se destacar o apoio da diretoria do clube na época composta por Sergil Araújo, Edilson Moreira, Antonio Rodrigues, Amarildo Resende, Feijão, Fernando Melo, dentre outros conterraneos ilustres que também contribuíram muito com o futebol piripiriense.
O primeiro treinador da "era profissional" foi o saudoso Coca Cola, que trouxe consigo uma geração de jovens atletas cearenses (Ronaldinho, Luis Carlos, Carlos Alberto, Adalberto), somados aos filhos da Terra, e ao retorno dos veteranos Flávio e Sabará levaram o Colorado logo em seu primeiro ano como profissional ao vice-campeonato, numa decisão bastante contestada até hoje pelo franco favorecimento aos clubes da capital naquele momento da história do futebol piauiense.
De lá pra cá foram várias decisões, recordes, momentos históricos, alegrias, decepções e títulos como este último, sempre à base de muita superação. Assim como os triunfos de 92 e 93, com grandes talentos nascidos e revelados em Piripiri, o recente título representa a bandeira do 4 de Julho e do seu Presidente de Honra, Dr. Luiz, desde a fundação do clube: a valorização e o engrandecimento de Piripiri.
Se em 92 e 93 estavam presentes Guará, Alencar e Pinto, ao lado de craques como Didi, Batistinha, Paulinho, Alemão, Júnior, Ademir Patrício, Jorge Veras, Marcelino, Laércio, Zezé, Léo, este ano, foram verdadeiros guerreiros Pretinho, Wilsinho e Dacha, que ao lado de Robinho, Lira, Juninho, Binha, França, Alex Paraíba & CIA superaram o Comercial dentro de Campo Maior, numa conquista épica.
Da mesma forma, são tão marcantes na História do Clube personagens que, mesmo não sendo do conhecimento do público em geral, pela função que ocupam, nos bastidores do clube, são parte da essência do Colorado. O saudoso massagista "Chico Dor de Dente", o ex-massagista "Carioca", os ainda presentes e remanescentes de longa data, o roupeiro "Vieirinha" e o massagista "Zé Cacete", os auxiliares "Jorge Bailô", Abel e "Pedão" e o Chefe da torcida Gaviões Colorados Valfredo, além de outros tantos.
Por fim, também está registrado na gloriosa trajetória do 4 de Julho, com méritos, o trabalho da atual comissão técnica, formada pelo treinador Jorge Pinheiro e preparador Maurício, fundamentais na conquista do tricampeonato, como também o trabalho dos diretores Djalma, Nunes, Vereador Brito Júnior, além dos sempre presentes Edilson Moreira, Antonio Rodrigues e do Dep. Estadual Marden Menezes, este último hoje representante do clube a nível estadual, ex-atleta amador do clube, um dos primeiros mascotes colorados, que ao lado de "Valtinho", do saudoso "Zé Alberto", Rômulo Portela e Guido Ayres Filho, iniciaram a paixão das novas gerações pelo futebol piripiriense.
ALGUMAS CURIOSIDADES SOBRE O CLUBE:
1. A expressão "Colorado" foi consagrada nos anos 90 pelos radialistas Resende Araújo e Ducival Araújo, pioneiros na comunicação esportiva. Até então só se fazia referência ao próprio nome do clube. 2. O mascote "Gavião Colorado" foi naturalmente institucionalizado pelo clube em virtude da maior torcida organizada da cidade, a "Gaviões Colorados", imprescindível no passado, presente e certamente futuro do clube. 3. O Dr. Luiz Menezes, um dos fundadores do 4 de Julho, atual prefeito da cidade, nasceu no mesmo dia que marca a emancipação política de Piripiri, data que também constitui o nome do clube. 4. Houve um outro time em Piripiri, na década de 50 e 60 que também homenageava a data de emancipação da cidade embora não tenha nenhuma relação com o atual 4 de Julho 5. O Cassino 4 de Julho, existente até pouco tempo atrás no Centro da Cidade, não tinha nenhuma relação direta com o Clube de Futebol. Embora os atletas e dirigentes do Colorado utilizassem as dependências do Cassino, este não teve sua criação vinculada à do time de futebol. 6. O 4 de Julho manteve durante anos um time de futebol de salão, campeão em diversas competições locais e estaduais. Nos anos 80, enfrentou o então Campeão Mundial de Futebol de Salão, o SUMOV de Fortaleza, base da Seleção Brasileira de FutSal. O jogo comemorou a inauguração da quadra do Centro Educativo do Bairro Floresta. Participaram do Colorado de FutSal: Zé Cláudio, Luiz Menezes, Derica, Manoelzinho, Mario Resende (Mariola), Robertinho. Haroldo Resende, Valter BEB... 7. Havia outra torcida organizada nos anos 80 e começo dos anos 90. Era denominada "Pele Vermelha", formada por jovens torcedores, dentre os quais na época o saudoso José Alberto Matias Flores "Zé Alberto", o Deputado Marden Menezes, o jornalista Raimundo Filho, o professor Gustavo Portela, os empresários Marcio Castro e Valber Meneses, o vereador Brito Júnior... 8. Na residência do Dr. Luiz Menezes há uma sala que conta a História do 4 de Julho. Lá está guardada a grande maioria dos troféus conquistados pelo clube. 9. É da família "Pinto", em virtude do importância do jogador "Pinto" na vida do clube, a maior quantidade de irmãos piripirienses de uma só família que jogaram pelo Colorado. Entre o futebol amador e profissional, 6 irmãos desta vasta família jogaram e/ou jogam ainda pelo clube. Dentre eles, além do próprio Pinto, Wilsinho e Mauro, atuais tricampeões, Carlinho, hoje no Guarani de Campinas, Bitinha e Eduardo. Após a família Pinto vem a família "Guará" que produziu 3 arqueiros de alto nível, titulares por muitos anos da camisa 1 colorada: Guará, Jorge Luis e Dudu. 10. Outra família de onde veio grande numero de atletas amadores e profissionais que atuaram pelo "4" foi a família "Perninha". De lá saíram Nazareno, Fernando e Zé Perninha (amadores) e Alencar, Dilson, Danilo, Denilson e Ramires, que jogaram como profissionais.
Fonte: pt.wikipedia.org
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